' Tento fugir ao que me cerca e corro com medo de ser apanhada por tudo o que um dia deixei para trás. Podes vir mas não digas nada, que eu prometo não trazer o passado arrastado do meu lado, e apenas nós poderemos ser o presente. Corro, procuro e não encontro tudo o que preciso para ser feliz, nestas ruas cada vez mais pequenas e com mais portas. Não sei onde te posso encontrar para te falar, mas apesar de já estar com saudades desse olhar, prometo fugir disso para não cair em tentação e não acabar na solidão de outrora.
Cabelos ao vento, sorriso no rosto, miro para trás daquilo que o meu campo de visão permite e encontro um rosto conhecido, escondido por vidros de plástico imaginários, com olhos ardentes percorrendo cada parte do meu corpo, que parece se movimentar de acordo com o dançar das chamas, ou simplesmente seguindo o rasto dessa chama que cresce, cresce, cresce e parece não parar. Prometo não ceder, não cair, não correr e fugir, mas tu vens, aproximas-te e colas-te como se fosse uma folha de papel que não pretendes amachucar.
Frente a frente tudo fica mais claro, e agora sei que não posso fugir, porque tu vens e estas aí, espreitando em cada esquina, cada movimento meu, capaz de te cegar. Tu nem desconfias que não fujo, apenas quero te ver perseguir--me, ficares hipnotizado por cada movimento, fazer secar a tua boca com o sorriso dos meus lábios, fazer o teu cabelo ficar em pé quando sopro ao vento e provocar-te a tempo inteiro, obrigando-te a ficar dependente daquilo que não sou, mas tu consegues ver. E quando fico mais perto, tu nada fazes, voltas a ser um humano como qualquer outro, que simplesmente mira e não dá valor porque me tem nos braços, por isso quero fugir, e esconder-me, enquanto tu me persegues.
Quando te quero encontrar, não consigo, mas sei que estás por perto, posso sentir, posso perceber, posso cheirar a tua presença á distancia e aos poucos dás-me o teu coração e esperas que eu te dê o meu, mas isso apenas o amor poderá fazer, não eu. Por isso não maltrates o teu coração, e deixa ele comigo, porque apesar de teres partido e não me teres dado valor quando me tiveste, prometo devolver-te quando te encontrar e não me tocares. '
sábado, 27 de junho de 2009
quarta-feira, 24 de junho de 2009
olhar para trás, é sempre bom.
terça-feira, 23 de junho de 2009
nua e crua.
' Não interessa a uma mulher um homem que saiba tudo sobre ela, um homem que saiba tudo sobre o amor, um homem que saiba tudo sobre os prazeres proibidos do corpo. Uma mulher não se interessa por um homem que não tenha uma dose de insegurança, um quê de fascínio infantil, uma ponta de orgulho bobo, uma forquilha de medo entre os joelhos.
Uma mulher não se interessa por homem que não teme as perguntas, que resolve os problemas com sarcasmo, que fala convicto e intrépido sobre os mais diversos assuntos; o coração dele congelado para transplante no isopor entre garrafas de cerveja.
Uma mulher não se interessa por homem que pisca ao garçom, que conversa nos ouvidos com os seguranças das boates, que a mostra com malícia e desfaçatez para os outros.
Uma mulher não se interessa por um homem que está se exibindo mais do que sendo transparente. Uma mulher não se interessa por um homem que ela não conta com a mínima chance de modificá-lo e elogiar as transformações.
Uma mulher não se interessa por um homem que se diverte dos próprios comentários antes dela. Uma mulher não se interessa por um homem carregado de estratégias, que encadeia a noite ideal, sem nenhuma falha, sem nenhum vacilo, sem nenhuma turbulência. Ele ensaiou com quantas antes?
Uma mulher se interessa por um homem inseguro, mas sincero, tímido, mas autêntico, que sofre com suas gafes, engatilha desculpas ao usar um palavrão, que pede ajuda para completar a noite.
Uma mulher não se interessa por um homem blindado, que não escuta, que se esconde em um personagem para contar mais um feito aos amigos. Uma mulher não se interessa por um homem que logo vai atacando, logo vai oferecendo o endereço para esticar a conversa.
Uma mulher não se interessa pelo terno alinhado, os cabelos em dia, o pescoço perfumado, se não haverá nenhum sussurro que desperte a fragilidade masculina do outro lado.
Uma mulher não se interessa em receber flores sem raízes nos dedos.
Uma mulher não se interessa por um homem convicto, que a convida para sair, que passa uma cantada impecável e finge delicadeza para ser indelicado no dia seguinte e não telefonar.
Uma mulher não se interessa por um homem que não mudará a ordem das palavras que teve sucesso com as mulheres anteriores e repetirá as mesmíssimas vaidades da conquista. Uma mulher se interessa por um homem que confunde o desejo com a loucura e tropeça nas palavras para logo descer ao chão com ela.
Uma mulher não se interessa por um homem que seduz como quem dá as cartas, um homem que solicita a conta como quem fecha um negócio, que a envolve como se fosse um investimento. Uma mulher não se interessa por um homem que não tenha também músculo nas pálpebras para chorar por ela, músculos na boca para guardar sua língua.
Uma mulher não se interessa por homens prontos, fechados, absolutamente perfeitos.
Não se interessa por cadáveres. '
Uma mulher não se interessa por homem que não teme as perguntas, que resolve os problemas com sarcasmo, que fala convicto e intrépido sobre os mais diversos assuntos; o coração dele congelado para transplante no isopor entre garrafas de cerveja.
Uma mulher não se interessa por homem que pisca ao garçom, que conversa nos ouvidos com os seguranças das boates, que a mostra com malícia e desfaçatez para os outros.
Uma mulher não se interessa por um homem que está se exibindo mais do que sendo transparente. Uma mulher não se interessa por um homem que ela não conta com a mínima chance de modificá-lo e elogiar as transformações.
Uma mulher não se interessa por um homem que se diverte dos próprios comentários antes dela. Uma mulher não se interessa por um homem carregado de estratégias, que encadeia a noite ideal, sem nenhuma falha, sem nenhum vacilo, sem nenhuma turbulência. Ele ensaiou com quantas antes?
Uma mulher se interessa por um homem inseguro, mas sincero, tímido, mas autêntico, que sofre com suas gafes, engatilha desculpas ao usar um palavrão, que pede ajuda para completar a noite.
Uma mulher não se interessa por um homem blindado, que não escuta, que se esconde em um personagem para contar mais um feito aos amigos. Uma mulher não se interessa por um homem que logo vai atacando, logo vai oferecendo o endereço para esticar a conversa.
Uma mulher não se interessa pelo terno alinhado, os cabelos em dia, o pescoço perfumado, se não haverá nenhum sussurro que desperte a fragilidade masculina do outro lado.
Uma mulher não se interessa em receber flores sem raízes nos dedos.
Uma mulher não se interessa por um homem convicto, que a convida para sair, que passa uma cantada impecável e finge delicadeza para ser indelicado no dia seguinte e não telefonar.
Uma mulher não se interessa por um homem que não mudará a ordem das palavras que teve sucesso com as mulheres anteriores e repetirá as mesmíssimas vaidades da conquista. Uma mulher se interessa por um homem que confunde o desejo com a loucura e tropeça nas palavras para logo descer ao chão com ela.
Uma mulher não se interessa por um homem que seduz como quem dá as cartas, um homem que solicita a conta como quem fecha um negócio, que a envolve como se fosse um investimento. Uma mulher não se interessa por um homem que não tenha também músculo nas pálpebras para chorar por ela, músculos na boca para guardar sua língua.
Uma mulher não se interessa por homens prontos, fechados, absolutamente perfeitos.
Não se interessa por cadáveres. '
domingo, 21 de junho de 2009
verdade.
"um dia, daqui a muitos anos, o mundo será um local mais de morte que de vida, daqui a muitos anos haverá mais cemitérios que cidades, daqui a muitos anos serão as cidades a serem espaços reservados com grades à volta dentro dos cemitérios, os cemitérios serão mais que as cidades, as cidades estarão dentro dos cemitérios, com as suas pessoas em movimento, a trabalhar, a correr, a suar, a sofrer, a rir, a chorar, a viver, e os cemitérios, e as pessoas mortas, os mortos, vão ser mais que os vivos, e então os vivos não poderão ser dominadores do mundo, os vivos serão visitados aqui e ali pelos mortos, em dias especiais, e irão receber à porta das suas casas ramos de flores e rezas que os mortos trarão das suas cidades, das cidades onde dominam, das cidades onde vivem uma morte descansada (...)Mais uma vez estou a ser visionária, é isso, visionária, só eu estou a perceber que quem vai acabar por vencer a batalha dos mundos são os mortos, pela simples e matemática razão de que a morte é o fim e a vida é o começo, e quando se acaba acaba-se no fim e nunca no começo."
In "Mata-me"
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